Sinto falta da mensagem de “Bom dia!” e de tudo que vinha subentendido junto à ela.
Sinto falta das provocações e desaforos.
Sinto falta da expectativa do encontro.
Sinto falta das mãos, da boca, dos braços e dos dentes tentando se apoderar do meu corpo.
Sinto falta da sua tentativa de controle quando tudo em você dizia que queria se perder naquele momento.
Sinto falta do seu olhar queimando e penetrando cada partícula da minha pele.
Sinto falta, inclusive, do que nunca aconteceu.
Sinto falta do abraço não dado.
Sinto falta do gosto do beijo de despedida que nunca foi roubado.
Sinto falta das palavras nunca ditas.
Sinto por tudo que não fomos mesmo sabendo que nunca poderíamos ter sido algo.
Sinto, acima de tudo, por sentir tanto a sua falta.
Entre sexo, amor e livros
Entre Sexo, Amor e Livros surgiu de um Blog que eu criei para escrever textos aleatórios sobre os temas que me viessem a cabeça. O outro Blog tinha um nome engraçado que não combinava com o que ele se tornou de fato, chamava-se Diário de uma Semi-gorda. Muita gente pensava que era um Blog de dietas. Enfim, esses textos mereciam um Blog com um nome que tivesse mais haver com eles e por isso eu criei o SAL. Sejam bem-vindos!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Última noite
Na nossa última noite não houve abraços ou beijos de despedidas, não houve uma conversa ou uma palavra que passasse o sentido de que no final tudo ia dar certo.
Na nossa última noite só se escutou o silêncio rotineiro das palavras que nunca me disse, dos sentimentos que nunca expressou e do adeus que ficou por ser dito.
Na nossa última noite não houve choros, desabafos ou promessas.
Na nossa última noite só ficou claro que é tarde demais para esquecer, tarde demais, inclusive, para lembrar. O que resta é conviver com o fracasso e entender que tudo na vida um dia passa.
Na nossa última noite só se escutou o silêncio rotineiro das palavras que nunca me disse, dos sentimentos que nunca expressou e do adeus que ficou por ser dito.
Na nossa última noite não houve choros, desabafos ou promessas.
Na nossa última noite só ficou claro que é tarde demais para esquecer, tarde demais, inclusive, para lembrar. O que resta é conviver com o fracasso e entender que tudo na vida um dia passa.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Nós tínhamos
Nós tínhamos a inocência dos apaixonados, a loucura dos amantes e o benefício da aprendizagem a adquirir pelo caminho.
Nós tínhamos a beleza da juventude, o otimismo dos que creem que ainda há muito o que fazer e a dádiva de não temermos a falta de tempo.
Nós tínhamos estratégia, metas, objetivo e acima de tudo, tínhamos um belo plano.
Nós tínhamos tudo. Um plano, tempo, caminho e sentimento. Só não tivemos a maturidade de nos enxergarmos.
É incrível o quanto podemos ser nocivos. Podemos deixar inúmeras marcas, mas parece que as marcas negativas deixamos com mais facilidade. É estranho, mas fazer mal a nós mesmos parece mais leve, mais natural do que nos fazermos bem.
Quando penso que nós tínhamos tudo e não tivemos a competência de ao menos nos deixarmos sem nada, bate um desespero.
Penso que é preferível não ter nada a ter mágoa, revolta, indiferença e frustração.
Cogitar o vazio do "nada" chega a ser reconfortante ante a realidade de que nós tínhamos tudo e não fomos capazes sequer de nos manter no nada.
Nós tínhamos a beleza da juventude, o otimismo dos que creem que ainda há muito o que fazer e a dádiva de não temermos a falta de tempo.
Nós tínhamos estratégia, metas, objetivo e acima de tudo, tínhamos um belo plano.
Nós tínhamos tudo. Um plano, tempo, caminho e sentimento. Só não tivemos a maturidade de nos enxergarmos.
É incrível o quanto podemos ser nocivos. Podemos deixar inúmeras marcas, mas parece que as marcas negativas deixamos com mais facilidade. É estranho, mas fazer mal a nós mesmos parece mais leve, mais natural do que nos fazermos bem.
Quando penso que nós tínhamos tudo e não tivemos a competência de ao menos nos deixarmos sem nada, bate um desespero.
Penso que é preferível não ter nada a ter mágoa, revolta, indiferença e frustração.
Cogitar o vazio do "nada" chega a ser reconfortante ante a realidade de que nós tínhamos tudo e não fomos capazes sequer de nos manter no nada.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Confissão
Eu tenho medo do medo que sinto.
Medo de dizer isso em voz alta.
Eu tenho medo da solidão.
Medo de admitir que gosto mais de ficar sozinha, mas que não quero acabar sozinha.
Eu tenho medo de parecer forte demais quando na verdade sou frágil e só quero ser cuidada.
Medo de chegar lá na frente e achar que não vivi a vida do jeito certo, que poderia ter sido mais feliz, mais plena.
Eu tenho medo de fazer errado achando que estava certa.
Medo de não ter humildade para reconhecer que errei e sabedoria para pedir desculpas.
Eu tenho medo das doenças que chegam sem avisar e não vão embora sem deixar marcar.
Medo da idade biológica chegar mais rápido do que as próprias rugas.
Eu tenho medo desta certeza gritante de que fiz grandes escolhas erradas.
Medo do fato de persistir nestes erros tão nítidos e idiotas.
Eu tenho medo do tempo. Como eu tenho medo do tempo!
Medo de que por ter tanto medo da sua passada rápida eu acabe ficando parada aqui sem fazer nada.
Eu também tenho medo da violência, da crise e do caos cotidiano.
Mais eu tenho mais medo do abismo dentro de mim.
Eu tenho medo da morte, principalmente por ela me lembrar que pode tirar de mim aqueles que amo.
Medo da total falta de oportunidade que nos deparamos quando chegamos ao fim, mesmo sem querer.
Eu tenho medo de perder toda a audição e nunca mais me deixar levar pela emoção de uma melodia.
Medo de não poder ouvir o eu te amo daquela pessoa especial.
Eu tenho medo das curvas muitos fechadas.
Medo de cair dos saltos muito altos.
Eu tenho medo de admitir em voz alto que eu não te amo e talvez nunca tenha amado.
Medo de admitir que mesmo sendo ilusório, o desejo por alguém que não existe é o sentimento mais vivo que arde em mim na última década.
Eu tenho medo do ódio do muito.
Medo da raiva que eu não controlo em mim.
Eu tenho medo de não ser o que as pessoas que eu amo esperam que eu seja.
Medo de falhar comigo mesma.
O que eu não tenho é calma.
Não tenho paz.
Eu não tenho equilíbrio.
Não tenho você e, definitivamente, não tenho nem a mim mesma.
Medo de dizer isso em voz alta.
Eu tenho medo da solidão.
Medo de admitir que gosto mais de ficar sozinha, mas que não quero acabar sozinha.
Eu tenho medo de parecer forte demais quando na verdade sou frágil e só quero ser cuidada.
Medo de chegar lá na frente e achar que não vivi a vida do jeito certo, que poderia ter sido mais feliz, mais plena.
Eu tenho medo de fazer errado achando que estava certa.
Medo de não ter humildade para reconhecer que errei e sabedoria para pedir desculpas.
Eu tenho medo das doenças que chegam sem avisar e não vão embora sem deixar marcar.
Medo da idade biológica chegar mais rápido do que as próprias rugas.
Eu tenho medo desta certeza gritante de que fiz grandes escolhas erradas.
Medo do fato de persistir nestes erros tão nítidos e idiotas.
Eu tenho medo do tempo. Como eu tenho medo do tempo!
Medo de que por ter tanto medo da sua passada rápida eu acabe ficando parada aqui sem fazer nada.
Eu também tenho medo da violência, da crise e do caos cotidiano.
Mais eu tenho mais medo do abismo dentro de mim.
Eu tenho medo da morte, principalmente por ela me lembrar que pode tirar de mim aqueles que amo.
Medo da total falta de oportunidade que nos deparamos quando chegamos ao fim, mesmo sem querer.
Eu tenho medo de perder toda a audição e nunca mais me deixar levar pela emoção de uma melodia.
Medo de não poder ouvir o eu te amo daquela pessoa especial.
Eu tenho medo das curvas muitos fechadas.
Medo de cair dos saltos muito altos.
Eu tenho medo de admitir em voz alto que eu não te amo e talvez nunca tenha amado.
Medo de admitir que mesmo sendo ilusório, o desejo por alguém que não existe é o sentimento mais vivo que arde em mim na última década.
Eu tenho medo do ódio do muito.
Medo da raiva que eu não controlo em mim.
Eu tenho medo de não ser o que as pessoas que eu amo esperam que eu seja.
Medo de falhar comigo mesma.
O que eu não tenho é calma.
Não tenho paz.
Eu não tenho equilíbrio.
Não tenho você e, definitivamente, não tenho nem a mim mesma.
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Angústia
Quer tocar, mas não alcança.
Tenta sentir, porém não pode.
Ousa encarar e não é vista.
Suplica em silêncio por atenção. Só a indiferença aos berros lhe responde.
Deseja luxúria. Recebe de volta a vaidade.
Convive com a ira. Não administra a gula.
Transborda de amor. Derrama-se em solidão.
Identifica-se por um nome. Reconhece-se por outro.
De tanto tentar achar se perdeu em si mesma. Por saber onde estava o que queria nunca pode alcançar.
Por insistir em esquecer o que nunca existiu, seu coração nenhum dia sequer deixou de lembrar.
Tenta sentir, porém não pode.
Ousa encarar e não é vista.
Suplica em silêncio por atenção. Só a indiferença aos berros lhe responde.
Deseja luxúria. Recebe de volta a vaidade.
Convive com a ira. Não administra a gula.
Transborda de amor. Derrama-se em solidão.
Identifica-se por um nome. Reconhece-se por outro.
De tanto tentar achar se perdeu em si mesma. Por saber onde estava o que queria nunca pode alcançar.
Por insistir em esquecer o que nunca existiu, seu coração nenhum dia sequer deixou de lembrar.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Você
Minha cabeça tem andando confusa, dispersa, vagando entre
o que acha que é real e o que acha que é imaginário. É incrível como mesmo
diante dos olhos a realidade ainda que cruel possa ser ludibriada por um
sentimento de esperança alimentado por um amor doentio.
Doentio?
É. Doentio!
Não posso mais dizer que esse sentimento, mesmo que amor não
seja o nome mais adequado para ele, possa ser qualificado como saudável. Esse
sentimento dói, me machuca, me sufoca, me massacra, me destrói de diversas
formas possíveis e até inimagináveis.
Quando penso que superei você, a vida vem e me mostra que
não. Quando desisto de te superar, forças superiores me mostram que não sou eu
quem devo escolher o momento para isso e agora quando acho que tudo e todos
decidiram deixar minha vida seguir, você mesmo decide fazer com que eu me
lembre que ainda há algo bem intenso e muito vivo aqui dentro de mim.
Sinceramente, não sei mais o que eu vejo ou o que eu
imagino. Não distingo o que é sensato ou insano. O pior é que não sei se estou
perdida assim pela irrefutável constatação de que você é tão ruim e comum como
qualquer outro ou pelo fato do que sinto se manter inabalado mesmo diante de
tamanha decepção.
Eu fiquei decepcionada, devo confessar. Estou com raiva.
Muita até. Isso abalou minha autoestima, mais uma coisa a confessar aqui, com
as palavras. Afinal, as palavras ainda são um bom refúgio. Nelas continuo a nos
tratar como um “nós”. Nas palavras nós existimos e nelas eu encontro até o
alívio do desabafo. Quem sabe um dia eu encontre a habilidade para nas palavras
fazer com que nós dois possamos, ao menos, literariamente, nos dar prazer.
Hoje, não. Minha autoestima ainda está abalada. Ainda estou
a pensar que se tu pecas como os outros, qual o motivo de nunca ter pensado
sequer pecar comigo?
Não sou boa o suficiente? Magra? Gorda? Alta? Baixa? Real?
Será que você me nota?
Na verdade, eu tenho essa resposta. Para você, eu
simplesmente não sou.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Aparência
Hoje cedo me olhei no espelho e me vi apresentável. A
maquiagem escondeu o que uma noite quase toda em claro se esforçou para deixar
marcado no rosto.
Já agora, à noite, ainda me via bem digna no mesmo espelho.
Na verdade, pouco havia sido modificado em relação a imagem refletida hoje
cedo. Os cosméticos realmente fazem milagres, por um instante rezei para que
eles pudessem maquiar a alma e deixá-la mais leve, jovem e bonita como faz com
pele. Cheguei até a implorar a Deus para que estes mesmos cosméticos pudessem embelezar
meus sentimentos hoje tão maltratados pela vida.
Apesar dos devaneios em forma de oração, não pude prolongar
ainda mais essa falsa imagem natural e imparcial. Peguei algodão e o
demaquilante caro, que apesar do preço, não cumpre tudo que promete. “Remoção
suave e sem irritação da pele”, não sei que suave é esse, sem esfregar o
algodão nos olhos o máximo que eu consigo é um olhar estilo “panda”. “Sem
irritação na pele”? Vermelhidão mudou de nome agora? Sério, as vezes acho que
água norma e sabonete neutro me dariam um melhor resultado.
Reclamar do demaquilante não ameniza o que o uso dele
evidenciou. A cada passada do algodão, a cada faixa de pele sem maquiagem que
ficava exposta deixava ainda mais nítido o que o coração e os olhos seguraram
dentro de mim o dia todo: a dor. Neste momento me permitir deixá-la sair.
Deixei a dor se mostrar e não vi beleza nisso.
Cada marca escura abaixo dos olhos mostra para mim que a vida
sempre pode bater mais forte, pode bater de maneira diferente, pode massacrar
sonhos simples e os complexos também e, principalmente, cada evidencia dessa
dor estampada no meu rosto com mais cores do que os quadros do Romero Britto
grita para mim que nunca vai ser fácil.
Mas a quem eu quero enganar, algum dia alguma coisa foi
fácil para mim? Não!
Preciso entender o que me levou a pensar que nesta fase da
vida seria mais fácil ou menos doloroso.
Sempre digo que a ignorância é feliz e cada vez tenho mais
certeza disso. Quando falo em ignorância não me refiro a grosseria ou falta de
polimento nos modos, refiro-me a não conhecer tudo que se está a sua volta, a
não querer saber o que tem atrás da porta pelo simples fato de desconhecer que
a porta pode ser aberta ou sequer que ela existe, entende?
Quando escolhemos transbordar à nossa essência esquecemos de
avaliar que, do mesmo modo que transpor nossos limites no remete a coisas boas,
na mesma medida podemos ser remetidos a coisas ruins.
Escolhi seguir em frente com algumas escolhas mesmo sabendo
que as chances de não dar certo eram enormes, mesmo assim escolhi transbordar e
não mesurei os riscos. Caí, está doendo e vai doer por muito tempo.
A idade ainda não me ensinou a ter ponderação, porém tem me
mostrado que no final, tudo fica bem.
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