sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Busca

Eu ligo quando as coisas não dão certo. Eu me incomodo com o fracasso. Fico constantemente insatisfeita por não conquistar espaços, pessoas e coisas que desejo, mas acima de tudo, o que eu ligo mesmo, o que me atormenta de fato é ver a vida passar e eu ficar presa as minhas insatisfações, meus fracassos, minhas frustrações. É tão mais fácil sentir as perdas do que vibra pelas vitórias.

Às vezes tenho a sensação de que a vida é apática comigo. As coisas são tão difíceis que, sei lá, quando eu as consigo, não vibro, não comemoro. Ao invés de sentir aquela sensação de sonho realizado, vem a mensagem de “missão cumprida” a cabeça. Queria ter mais emoção, mas só consigo pensar em como chegar lá, o que fazer para chegar lá e como minimizar os problemas.
É assim para tudo, no final eu acho que só quero ser feliz, só quero ter leveza ao dançar pela vida. Essa constante busca pela felicidade é, irônica, cheia de tristeza, angústias e medos.  Talvez só seja assim para mim, ou não. Talvez eu deva achar a minha felicidade na minha constante busca. Talvez eu tente materializar o que é impossível de se tornar tangível. Talvez...
Tem coisas que ainda são muito vagas para mim, me falta maturidade para administrar algumas situações e emoções, mas acima de tudo, talvez me falta habilidade para abrir os olhos e enxergar o óbvio....

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pensamentos soltos...

É difícil falar e pensar em viver sozinho, talvez seja porque a receita de bolo diz que uma pessoa sozinha adiciona vários quilos de solidão e uma pitada de amargura a sua vida. Não sei se as palavras “sozinho” e “solidão” estão diretamente relacionadas, não sei se a receita está errada ou se é a minha percepção de ser só que é diferente.
Ao meu ver, viver só não é estar sozinha, viver só é algo que exige muita coragem e autocontrole, viver com a gente mesmo é muito difícil. Ninguém de perto é tão interessante ou desinteressante como pensamos.  Fazer escolhas diferentes do que a maioria das pessoas a sua volta ainda te trás problemas como ter que justificar suas escolhas ou até mesmo a não aceitação nos grupos que você faz ou fazia parte.
Uma vez ouvi de uma pessoa que admiro muito que ninguém escolheria o caminho mais difícil se isso realmente fosse uma questão de escolha. Às vezes achamos que optamos por algo, mas na verdade seguir este caminho não foi uma escolha, está intrínseco, é inato e você simplesmente seguiu o curso.
Sinceramente não sei se faz muito sentido o que escrevi acima, na verdade são apenas pensamentos externados em palavras. Sei lá, nos últimos tempos ouço tanto as pessoas falarem de futuro, que precisamos dar continuidade a nossa família, enfim, criar vínculos.
Eu não consigo ter certeza se quero criar esses vínculos, quanto mais colocar um ser indefeso no mundo. Quase todo dia sinto vergonha de fazer parte da raça humana, os animais são bem mais racionais.
Basta olharmos para o lado que vamos ver um ser humano maltratando uma criança, um animal, um idoso, se ligarmos a TV vamos ver milhões de assaltos nos noticiários, o pior é que somos assaltados por pessoas que deveriam nos proteger, faz sentido deixar alguém neste mundo?! Faz sentido se orgulhar do que a raça humana se tornou?
Não me isento deste grupo, são tão errante como todo ser humano, eu teria feito o mesmo que a enfermeira fez com o cachorro nela, no final eu colocaria a cabeça dela dentro de um balde também e esperaria ela morrer sem ar. Como posso me julgar superior, são tão cruel quanto ela, o que muda é a direção, ela fez com um bichinho indefeso, eu faria isso com todo bandido, assassino e pessoas como a enfermeira que maltratam animais.
Acho que eu tenho que parar de estudar antropologia, quanto mais entendo as construções, movimentos e pensamentos antropológicos, mais fico indignada com o mundo.
Acho que estou ficando meio louca, ser ignorante é tão mais fácil, quem passa por esse mundo sem conhecer ele de fato vive mais tranquilamente e, consequentemente, mais feliz.