sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mais um para você...


Quando penso que me adaptei, que consegui superar ou que simplesmente aprendi a conviver com a lembrança do que poderia ter sido, mas não foi. Você aparece na minha vida.
Seja direta ou indiretamente você sempre dá um jeito de estar presente, está presente no meu trabalho, nas minhas horas vagas, nos meus estudos, nos meus pensamentos e, principalmente, no meu coração. Às vezes até acho que você sabe da minha paixão, sabe desse desejo todo que sinto, sente exatamente o efeito que provoca em mim. Sabe que te desejo com meu corpo, com minha alma, com minha mente, com meu coração e todos os seus pecados.
Será possível você saber?
Nunca pronunciei seu nome, nunca deixei meu olhar cair no seu com o brilho da admiração que  nutro por você, nunca deixei minhas mãos te tocarem com o calor que tenho dentro de mim, nunca deixei que minha boca tocasse sua face como imagino em meus sonhos mais eróticos.
Como pode você saber?
E se sabes ou desconfias. Como podes ficar calado?
Omitir-se diante de tamanho sentimento não combina com você. Colocaria por terra de maneira avassaladora tudo que imagino e admiro em você.
Dúvidas, você para mim sempre será uma dúvida. Como gostaria de ter certezas, certeza do gosto do seu beijo, certeza do vigor do seu desejo, certeza da intensidade do seu toque, certeza de você ser realmente você.
Acho que esse amor eu terei que levar para outra vida, isso se está vida existir para ser vivida. Nesta vida, fato é que a vivi, vivo e a viverei sem você.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ser cuidada


Estranho gostar da independência, amar a liberdade sexual, sentimental, cultural e financeira e ao mesmo tempo ter vontade de ser cuidada por alguém, de ter uma relação de dependência, entende?

Sabe aquela vontade de fechar os olhos e saber que tem alguém que vai cuidar de você,  garantir sua segurança, suas escolhas, sua vida. Sei que é esquisito, mas tenho vontade de depender, de fato, de alguém. Não que eu ache que todo mundo é feliz sozinho e que ninguém precisa de ninguém,  todo mundo precisa de todo mundo, ninguém é completo sozinho, mas no dia-a-dia acabamos nos perdendo em metas e objetivos pessoais, que, por temermos absurdamente a falha, acabamos transformando toda responsabilidade do êxito nossa. Acho que esse é o processo de isolamento coletivo que as mulheres modernas enfrentam.

Eu não queimei sutiã,  não rasquei calcinha ou coisa parecida, apoio e admiro a causa, sei que a vida que levo hoje é fruto do trabalho e coragem de mulheres guerreiras, mas não posso negar também que adoraria que homem puxasse a cadeira, abrisse a porta do carro, deixasse eu subir a escada na frente dele, pagasse a conta e, sendo bem sincera, fizesse todo o roteiro de um programa sozinho, com convicção e cheio de atitude falasse: “Vamos! Já está tudo decidido!”.

Talvez eu esteja carente, talvez eu precise rever minhas ideias, o problema é tudo envolve a minha atitude e no momento eu só quero que o barco corra, sem que eu tenha que fazer as escolhas.

domingo, 10 de junho de 2012

09 de Junho

Ontem foi um dia especialmente triste para mim, acho até que os deuses estavam ompartilhando a minha dor, afinal, o céu chorava, os ventos estavam frios, o mar revolto, o fogo não aquecia e a terra estava molhada, grudenta e incoveniente. Ao meu redor tudo parecia sentir como eu, tudo sangrava discreta e vagarosamente.

Sei lá, sinto sua falta o ano todo, mas 09 de Junho me machuca cruelmente, parece que todo ano te perco novamente neste dia. Uma pena é o dia 10 não sepultar essa dor, essa ausência, essa angústia, esse peso e essa raiva enorme que tenho do mundo que ficou aqui sem você.

Vejo seu filho crescer, sua esposa juntar os pedaços do coração que ainda está destruído, vejo seu pai ignorando os fatos e sua mãe se desligando de tudo. Só não consigo me ver, não consigo me achar e continuo me perdendo tentando encontrar algo que não existe.

Não dá para voltar no tempo, não tenho a chance de fazer de novo e, ironicamente, só me sobrou o tempo, que ao contrário do que dizem, não me faz esquecer, não me cura, pelo contrário, passa rápido, cortando mais certeiro que uma faca.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Só um pouquinho eu queria...

Às vezes sinto falta da coragem. Vejo minha vida tomando rumos e me vejo concordando com as curvas que ela tem feito, mas no fundo me pergunto se era esse o caminho que eu queria seguir, se é a coisa certa a se fazer.

Queria ter coragem para parar meu carro na frente do seu, bater o pé na porta, pegar o telefone, mandar um E-mail ou fazer qualquer outra coisa que chamasse sua atenção. Sei lá, penso também que o meu problema com você seja apenas fogo de palha, tesão reprimido, sabe?

Acho que meu “amor” ou “paixão” por você é infantilidade de mulher contrariada. É aquele sentimento de frustração por não ter tido, vontade de saber como é o que se imaginou ter.

Mesmo com tudo isso, eu ainda sinto vontade de ter coragem, vontade de pagar pra ver e correr o risco. Trocaria tudo que tenho por uma noite, por algumas horas ou até mesmo instantes com você, mas instantes verdadeiros, momentos sinceros nos quais eu seria uma mulher apaixonada por você e não essa farsa de hoje, não essa pessoa que você conhece superficialmente, não essa pessoa que passou pela sua vida como tantas outras, não essa pessoa que te trata com distância para não correr o risco de ser percebida.

Na verdade, acho que coragem eu tenho, o que eu não tenho é certeza se de alguma forma você me percebe. Será que percebe?

Ficam as dúvidas, ficam as incertezas e principalmente fica a vontade de te beijar, te abraçar, te tocar e fazê-lo sentir tudo isso que guardo aqui dentro. Queria que você sentisse esse calor, esse tremor, esse ardor e o meu desejo de ter e te dar prazer. Prazer puro, sem vergonha, sem limites, sem mascaras e sem medidas.

Ah! Como eu queria, só por um dia eu queria, só um instante eu queria, mas é melhor deixar pra lá....

domingo, 13 de maio de 2012

Sem assunto

Algumas pessoas me dizem que é mais fácil fazer uma pessoa sorrir do que fazê-la chorar. Eu não sei se concordo com isso, na verdade, sou fortemente tentada a achar que as pessoas são mais hábeis em fazer as outras chorarem do que rirem pela facilidade que se tem para atingir tal feito.

Eu, diariamente, sou visitada pela indiferença, e essa por  sua vez dói, maltrata e machuca como ninguém.  Se bem que temos que deixar claro que há vários tipos de indiferença e a que me atormenta é a indiferença daqueles que considero próximos e íntimos a minha pessoa, a indiferença que me irrita é aquela que finge não ser indiferente, que finge ligar para o que você está falando, que finge se importar com o que você sente e o pior, quase sempre me engana, fazendo-me crer que de fato o que eu disse, o que eu quis ou o que eu fiz tem importância para esta pessoa.

Frieza, eis outra inimiga que conheço bem e me visita com mais frequência do que muitos amigos. Houve momentos em que eu confundi a frieza com a indiferença, mas depois de algum tempo interagindo com as duas pude identificar o traço tênue que as tornam singulares. A indiferença ainda se preocupa em marcar território, a frieza não. A frieza simplesmente passa congelando tudo de bom que poderia acontecer naquele momento e em alguns momento tenta não ser percebida. A frieza faz com que você se sinta menos do que poderia pensar ser em algum dia, a indiferença ainda mostra que você tem algum valor e que por isso está sendo ignorado.

Por fim, consolo-me com a depressão, pois nessa quem manda sou eu, e sou eu também a responsável por fazê-la brotar. Ela é o meu percentual de autodestruição, com ela eu posso fazer mal a mim mesma e ao mesmo tempo parecer que estou pedindo piedade para o mundo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Alma

Que tudo a minha alma seja permitido
Inclusive, que em mim não habite.

Que a minha alma seja concedido:
Felicidade, amor, riqueza, alegria, saúde e paz.

Que minha alma sempre esteja comigo
Mesmo que quilômetros nos distanciem

Que minha alma simplesmente viva,
Viva intensamente, vagarosamente, mas sempre sinta.

A minha alma desejo a vida
Seja feliz, seja triste, mas que seja vivida.

A você, minha alma:
Toda felicidade e alegria na vida!

domingo, 4 de março de 2012

Loucura

Senti sua falta. Senti falta da sua companhia, da sua presença ao meu lado. Até hoje eu não tinha me dado conta do quanto era expressiva sua companhia.
Engraçado é que não senti falta do beijo, do sexo, da conversa. Senti falta apenas de ter você ali me acompanhando em todas as minhas tarefas domésticas.
Estranho isso, não é?
Vive-se tanto tempo com uma pessoa e no final das contas não se sente falta do gosto, do toque, da pele, da voz, do cheiro, enfim, do relacionamento. Sente-se apenas falta da companhia imóvel, apática, inabalável, por muitas vezes irritante e estática.
Talvez eu esteja enlouquecendo ou quem sabe o meu egoísmo está mais aguçado hoje do que nos outros dias. Até porque de tudo que perdi ao de você me despedir, a única coisa que não posso ter é a acomodada companhia que a mim cabia estando ao seu lado.
É! Certamente é loucura. Não tem como ser algo diferente disso. Ninguém sente falta do que odiava. De certo eu estou passando por um estado de ausência de lucidez e profunda imersão no absurdo. Minha cabeça está tão agitada e tão instável que à medida que as horas passam sinto falta da única coisa que eu odiava em você, ou seja, essa sua imensa habilidade em não pensar e fazer nada. De ficar horas parado, sem falar e aparentemente sem sentir.
Deve ser bom não pensar e não sentir nada por longos espaços de tempo. Deve doer menos...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A ligação

O telefone toca e com a ajuda do identificador de chamadas ela vê que é ele.

Ela atende exatamente sabendo o rumo que o assunto irá tomar.

Não tem problema, não faz a menor importância o que ele dirá. Ela só pensa em como a noite pode vir a terminar.

Eles se conheceram há alguns anos, na adolescência, e de tempo em tempo se encontram com o pretexto de por o papo em dia.

Ela responde com um ar sedutor as perguntas que ele faz e como em um ballet bem ensaiado, a conversa termina exatamente como ela imaginara acontecer.

As horas passam e eles se encontram. Ele a olha como um olhar carente, pedindo colo e carinho. Já ela, só o enxerga como o belo homem que é.

Ele está cansado de sexo por sexo, de ficar por ficar e ver nela, aquela moça que conheceu novinha e cheia de sonhos, a oportunidade de sossegar.

Ela está cansada de insistir e tentar, de apostar e errar.

O jantar é maravilhoso, o vinho acentua o paladar.

A música esquenta delicadamente a troca de olhares.

Ele pensa no que fazer para levá-la para a cama.

Ela pensa em quanto tempo ficarão ali até chegarem à cama.

E com a habilidade sutil de chegar exatamente ao ponto que se quer, ela finalmente chega ao lugar que não parou de pensar desde o primeiro instante que atendeu ao telefone.

Naquele momento, o pensar e o imaginar não faziam mais sentido. Tudo estava ali, diante dos os olhos e ao alcance das mãos. De maneira rápida, voraz e intensa os corpos se despiram. Em meio a mãos, peitos, pernas, coxas, suor, mordidas, arranhões, tesão, carícias e beijos ninguém se lembrava mais do que queria.

O desejo era ser cada vez mais intenso, ir cada vez mais fundo, mais forte. Sem se importar com sentimentos, só com o prazer, só com o gozo do momento.

Bom?

É claro que foi. Com eles nunca acontecia diferente. Se tinha algo que eles faziam bem era dar prazer um ao outro.

Ele, cansado, satisfeito e extasiado, só pensava em como tê-la além daquela noite.

Ela, refeita, satisfeita e animada só pensava: Ele nunca passará de uma boa noitada.

Eles se vestiram, agiram como um perfeito casal.

Ele a deixou em casa, a beijou no rosto e disse: “Eu te ligo amanhã!”.

Ela saiu do carro, o beijou e disse: “No amanhã, a gente pensa amanhã”.

Não ententendo a resposta dela, ele rebate: “Desta vez vou ligar mesmo!”.

Ela finaliza: “Não me importo se a ligação virá amanhã ou daqui há 6 meses. Somos bons exatamente por não termos compromisso”.

Com um sorriso no rosto ele concorda.

Com um sorriso no rosto ela se renova.

Hoje acordei mais triste

Hoje acordei mais triste. Acordei mais apática, mais distraída, mais perdia e desnorteada. Acordei sentindo falta de coisas, de pessoas e de lugares. Acordei com um sentimento de ausência. Pareceu-me que até as batidas do meu coração estavam querendo me abandonar, estavam descompassada beirando uma disritmia.
Na verdade, dizer que acordei é errado, o mais adequado seria dizer que abri os olhos e me movimentei. Não sentia, não falava, não queria nada, apenas desejei cumprir minhas obrigações e fechar os olhos novamente. Tive, por um momento, a remota ideia de que se eu voltasse a fechar os olhos poderia, em seguida, de fato acordar para a vida.
Quem sabe, ao fechar meus olhos, eu volte a enxergar as cores e a sentir algo diferente da dor?
Quem sabe um sono profundo e tranquilo faça com que eu pare de sentir pena de mim?
Pena do enorme tempo que eu perco tentando me entender, tentando entender os outros, tentando conquistar coisas, pessoas e lugares. Pena do vazio que trago no coração, da ausência cortante dos sentimentos quentes, calorosos e excitantes. Pena desta insatisfação tão intrínseca ao meu ser, tão enraizada, tão profunda e tão presente.
Muitas das vezes cheguei a acha essa insatisfação um combustível, algo que me movesse, que me estimulasse a sentir-me motivada para seguir em frente. Hoje já tenho dúvidas quanto a isso.
Sei que este combustível me move, mas digamos que ele seja muito agressivo ao meio ambiente e esteja ao pouco matando tudo a sua volta.
Do que vale o dinheiro, o que você sabe, o que você conhece, o que você fez ou quer fazer e o que você tem, se você não é capaz de amar, aceitar e perdoar?
Hoje acorde mais triste, mais vazia de sentimentos, mais seca de esperança, mais frustrada com o fracasso, mais relutante com o perdão, mais severa com a aceitação e mais, cada vez mais, distante do amor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Coisas que a gente não aprende na escola

Tem coisas que não têm nos livros, os professores não ensinam e os pais tentam nos alertar, mas estamos sempre tão preocupadas com nossas vidas que não nos damos contas de quão valiosos eram os alertas.
Só fora da escola aprendemos que os socos mais fortes não doem tanto quanto algumas palavras ditas para machucar, descobrimos que nada é pra sempre e que em algum momento perderemos algo ou alguém importante. Aprendemos a amar de diversas formas, mas só conhecemos uma maneira de deixar de amar, que é sofrendo.
A gente aprende fora da escola que não importa o quanto trabalhemos, estudemos, procuremos oportunidades e tentemos apressar o tempo, tudo acontece na hora certa, exatamente no momento em que deve acontecer.
Aprendemos também que ninguém é tão autossuficiente a ponto de não precisar da ajuda dos outros. Sobre ajuda, a gente descobre que muitas das vezes ela vem de onde menos esperamos.
A gente aprende que é inato ao ser humano o desejo de sempre querer mais, nunca estamos satisfeitos com tudo que somos e temos.
Hoje, eu aprendi, que a felicidade da vitória não é nem a metade da tristeza que sentimos quando somos magoados por quem amamos de verdade.
Aprendi também que tem coisas que a gente pede que aconteça, outras que a gente torce, umas que previmos,  algumas que batalhamos e trabalhamos muito e outras coisas que simplesmente acontecem, sem que você espere, sem que você pressinta. Surgem do nada com uma força imensa, de maneira avassaladora, dilacerante e definitiva.
O grande barato dessas coisas que a gente só aprende fora da escola, está na forma com que esse aprendizado se dá. Só aprendemos vivendo, passado por todas as felicidades e tristezas das descobertas.

Nunca receberemos diplomas por esse aprendizado, tão pouco teremos uma festa comemorativa devido a conclusão dos estudos. Este nosso curso só será concluído quando a vida deixar de habitar nossos corpos e nosso certificado será tudo aquilo que construímos, amizades, amores, desafetos, sorrisos, lágrimas, enfim, tudo que vivenciamos no decorrer de nossas vidas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Busca

Eu ligo quando as coisas não dão certo. Eu me incomodo com o fracasso. Fico constantemente insatisfeita por não conquistar espaços, pessoas e coisas que desejo, mas acima de tudo, o que eu ligo mesmo, o que me atormenta de fato é ver a vida passar e eu ficar presa as minhas insatisfações, meus fracassos, minhas frustrações. É tão mais fácil sentir as perdas do que vibra pelas vitórias.

Às vezes tenho a sensação de que a vida é apática comigo. As coisas são tão difíceis que, sei lá, quando eu as consigo, não vibro, não comemoro. Ao invés de sentir aquela sensação de sonho realizado, vem a mensagem de “missão cumprida” a cabeça. Queria ter mais emoção, mas só consigo pensar em como chegar lá, o que fazer para chegar lá e como minimizar os problemas.
É assim para tudo, no final eu acho que só quero ser feliz, só quero ter leveza ao dançar pela vida. Essa constante busca pela felicidade é, irônica, cheia de tristeza, angústias e medos.  Talvez só seja assim para mim, ou não. Talvez eu deva achar a minha felicidade na minha constante busca. Talvez eu tente materializar o que é impossível de se tornar tangível. Talvez...
Tem coisas que ainda são muito vagas para mim, me falta maturidade para administrar algumas situações e emoções, mas acima de tudo, talvez me falta habilidade para abrir os olhos e enxergar o óbvio....

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pensamentos soltos...

É difícil falar e pensar em viver sozinho, talvez seja porque a receita de bolo diz que uma pessoa sozinha adiciona vários quilos de solidão e uma pitada de amargura a sua vida. Não sei se as palavras “sozinho” e “solidão” estão diretamente relacionadas, não sei se a receita está errada ou se é a minha percepção de ser só que é diferente.
Ao meu ver, viver só não é estar sozinha, viver só é algo que exige muita coragem e autocontrole, viver com a gente mesmo é muito difícil. Ninguém de perto é tão interessante ou desinteressante como pensamos.  Fazer escolhas diferentes do que a maioria das pessoas a sua volta ainda te trás problemas como ter que justificar suas escolhas ou até mesmo a não aceitação nos grupos que você faz ou fazia parte.
Uma vez ouvi de uma pessoa que admiro muito que ninguém escolheria o caminho mais difícil se isso realmente fosse uma questão de escolha. Às vezes achamos que optamos por algo, mas na verdade seguir este caminho não foi uma escolha, está intrínseco, é inato e você simplesmente seguiu o curso.
Sinceramente não sei se faz muito sentido o que escrevi acima, na verdade são apenas pensamentos externados em palavras. Sei lá, nos últimos tempos ouço tanto as pessoas falarem de futuro, que precisamos dar continuidade a nossa família, enfim, criar vínculos.
Eu não consigo ter certeza se quero criar esses vínculos, quanto mais colocar um ser indefeso no mundo. Quase todo dia sinto vergonha de fazer parte da raça humana, os animais são bem mais racionais.
Basta olharmos para o lado que vamos ver um ser humano maltratando uma criança, um animal, um idoso, se ligarmos a TV vamos ver milhões de assaltos nos noticiários, o pior é que somos assaltados por pessoas que deveriam nos proteger, faz sentido deixar alguém neste mundo?! Faz sentido se orgulhar do que a raça humana se tornou?
Não me isento deste grupo, são tão errante como todo ser humano, eu teria feito o mesmo que a enfermeira fez com o cachorro nela, no final eu colocaria a cabeça dela dentro de um balde também e esperaria ela morrer sem ar. Como posso me julgar superior, são tão cruel quanto ela, o que muda é a direção, ela fez com um bichinho indefeso, eu faria isso com todo bandido, assassino e pessoas como a enfermeira que maltratam animais.
Acho que eu tenho que parar de estudar antropologia, quanto mais entendo as construções, movimentos e pensamentos antropológicos, mais fico indignada com o mundo.
Acho que estou ficando meio louca, ser ignorante é tão mais fácil, quem passa por esse mundo sem conhecer ele de fato vive mais tranquilamente e, consequentemente, mais feliz.