sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ser cuidada


Estranho gostar da independência, amar a liberdade sexual, sentimental, cultural e financeira e ao mesmo tempo ter vontade de ser cuidada por alguém, de ter uma relação de dependência, entende?

Sabe aquela vontade de fechar os olhos e saber que tem alguém que vai cuidar de você,  garantir sua segurança, suas escolhas, sua vida. Sei que é esquisito, mas tenho vontade de depender, de fato, de alguém. Não que eu ache que todo mundo é feliz sozinho e que ninguém precisa de ninguém,  todo mundo precisa de todo mundo, ninguém é completo sozinho, mas no dia-a-dia acabamos nos perdendo em metas e objetivos pessoais, que, por temermos absurdamente a falha, acabamos transformando toda responsabilidade do êxito nossa. Acho que esse é o processo de isolamento coletivo que as mulheres modernas enfrentam.

Eu não queimei sutiã,  não rasquei calcinha ou coisa parecida, apoio e admiro a causa, sei que a vida que levo hoje é fruto do trabalho e coragem de mulheres guerreiras, mas não posso negar também que adoraria que homem puxasse a cadeira, abrisse a porta do carro, deixasse eu subir a escada na frente dele, pagasse a conta e, sendo bem sincera, fizesse todo o roteiro de um programa sozinho, com convicção e cheio de atitude falasse: “Vamos! Já está tudo decidido!”.

Talvez eu esteja carente, talvez eu precise rever minhas ideias, o problema é tudo envolve a minha atitude e no momento eu só quero que o barco corra, sem que eu tenha que fazer as escolhas.

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